VENDIDO
“...nunca seremos suficientemente adultos para aceitar viver sem mãe?...” (Pg. 15)
“...Ignorar a omnipresença da morte é privilégio dos vinte anos, talvez mesmo dos trinta, mas aos quarenta, nos meus contados quarenta e seis anos, já não é admissível iludir o conhecimento de que o futuro tem limites muito concretos, desconhecidos mas muito concretos, e a morte acontecerá inapelavelmente e será terrível, não porque pararei de viver, de pensar, de sentir, de gozar o sol, o mar, a casa, os filhos, os amigos, os livros, os quadros, a música, mas simplesmente porque ficarei sozinha, tragicamente só, sem o homem que não é apenas o único outro, nem sequer a apregoada metade de mim mesma, mas o nosso todo, o nosso único insubstituível todo, não dois numa só carne como rezam as Escrituras mas muito mais do que isso, um só, inteiro e total, habitado por dois corpos, um todo que nunca deveria ser separado, cindido, dilacerado, mas haveria de acabar na mesma fusão e na mesma harmonia, na mesma secreta identificação...” (Pg. 19)
“...um casal que se ama não tortura os filhos com o espectáculo de cóleras e discórdias, não os magoa e confunde com disputas de lealdade...” (Pg. 19)
“...só quem é realmente livre sabe ser fiel...” (Pg. 22)
“...as recordações da infância e da adolescência não devem ser contadas, não resistem à dissecação das palavras, tornam-se inevitavelmente desinteressantes, insignificantes, era preferível mantê-las na sombra, arrumá-las como peças do seu crescimento, tão pessoais e tão inexpressíveis para os outros...” (Pg. 28)
“...E não seja demasiado ambiciosa, não pense em termos de para sempre. Para sempre constrói-se hora a hora, dia a dia, para sempre só pode dizer-se a posteriori, só pode dizer-se no fim, só pode conjugar-se em relação ao passado...” (Pg. 168)
“...tudo o que recebemos ter de ser transmitido, dado, multiplicado nos outros...” (Pg. 195)
“...nunca se retomam emoções no ponto exacto em que as deixámos...” (Pg. 204)
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